O Castelo de São Jorge é encantador, e tem tanto para ver. Importa dizer que o castelo primitivo já não existe. Existirão, quando muito, as pedras da base, que o restante foi sendo construído e destruído ao longo dos séculos. Há, em toda aquela cidadela medieval, ainda um núcleo arqueológico do tempo dos árabes. Tudo o que conhecemos lhe é posterior. Com a conquista de Lisboa por Afonso Henriques, em 1147, o castelo passou a ser o local que acolhia a corte. Tornou-se um espaço de cortesãos, com o rei, os clérigos, e inclusive o arquivo real, que durante muito tempo esteve ali instalado. A construção do palácio, do qual hoje também só há ruínas, muito se deveu aos antigos espaços habitacionais islâmicos, daí que tenha resistido tão pouco até aos nossos dias. A pedra das casas islâmicas foi usada no palácio. No século XVI, com a construção do Paço da Ribeira, no Terreiro do Paço, pertinho da Casa da Índia, o vetusto castelo perdeu o posto de paço real, assumindo uma função puramente militar, que manteria até ao século XIX.