Chegar a Santiago de Compostela após 16 dias de caminhada pelo Caminho Primitivo foi uma jornada que transcendeu o fÃsico. Desde a Catedral de Oviedo, cada passo dos meus 330 km foi guiado por uma fé inabalável e uma busca por compreensão em um mundo que, muitas vezes, parece ser indiferente à s nossas lutas.
Os dias foram marcados por desafios: bolhas nos pés e dores que, embora desconfortáveis, se tornaram insignificantes diante da grandiosidade do que estava por vir. Cada passo era uma meditação sobre a vida moderna e suas tribulações. O peso das preocupações diárias se dissipava aos poucos, permitindo que eu me conectasse mais profundamente com meu eu interior e com os outros peregrinos que cruzavam meu caminho.
Ao chegar à Catedral de Santiago, fui envolvido pela emoção de um momento singular: a missa do peregrino.
A atmosfera estava carregada de esperança e gratidão. A bênção recebida ali não apenas elevou meu espÃrito, mas também me proporcionou respostas para muitas das perguntas que carregava na bagagem. O sentimento de pertencimento à quela comunidade de buscadores era inexplicável.
Concluir o Caminho Primitivo foi mais do que um feito fÃsico; foi uma transformação pessoal. Cada dor, cada gota de suor, cada sorriso trocado ao longo do trajeto se somaram em uma experiência que vale mais do que qualquer bem material. A saúde de um simples peregrino é repleta de sonhos e anseios por dias melhores. Essa jornada me ensinou que, mesmo nas adversidades, sempre há espaço para a esperança e para o crescimento humano.
Acredito que todos deveriam vivenciar essa experiência única, onde a fé e a reflexão caminham lado a lado. O Caminho Primitivo não é apenas um percurso; é um convite à transformação pessoal e ao entendimento profundo do que significa ser humano em tempos desafiadores.