Aqui está o reino de Vittore Carpaccio, um excelente pintor veneziano que com a sua arte enobreceu a cidade lagunar e a escola dálmata, com obras e telas que lhe deram fama eterna.
No interior da escola dálmata, no piso inferior, se deixarmos rolar os olhos, fixando o olhar durante alguns momentos, que depois se transformam em minutos, nas telas individuais, temos a nÃtida sensação e percepção de presenciar uma série de histórias pictóricas composto por cor, forma, figurações e paisagens naturalistas e urbanas.
São Jorge, São Jerónimo e São Trifão são as figuras religiosas que animam e dão corpo a sete das nove telas dispostas ao longo do perÃmetro da sala.
O ciclo abre com São Jorge matando o dragão, cuja composição imaginativa vê, além de Jorge e do mal, representados pelo dragão, uma série de outros elementos como uma cidade esplendidamente desenhada, navios à vela navegando no mar, uma menina representando o etéreo beleza, relegada à direita da tela e demais sÃmbolos e personagens mortos pelo dragão dispostos no terreno onde o dragão e São Jorge lutam.
São Jerônimo enquanto conduz o leão para o convento é outra das telas de Carpaccio que cativa o observador, intrigado em compreender o seu significado, que vê o regresso do Santo do deserto, acompanhado pelo leão que, visto pelos seus irmãos, inculca-lhes o máximo de terror.
A composição é equilibrada, apesar de muito viva e a luz crepuscular caracteriza toda a cena que se passa num dos locais venezianos queridos de Carpaccio.
Há um piso superior que certamente merece uma visita, pois está embelezado com decorações da mais elevada qualidade, que ficam à imaginação de quem quiser subir as escadas e deixar-se embalar pela beleza que ali encontrará.