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Versalhes – O que fazer no Parque de Versalhes

Quando falamos em Versalhes, pouco se diz sobre o enorme parque que o rodeia, e que foi a primeira coisa que atraiu a atenção do, então, Rei Luís XIII para essa região. Há muito o que fazer no Parque de Versalhes, que é como deve ser chamado o extenso e magnífico espaço verde situado nos arredores da propriedade de Versalhes. A propriedade inclui não só o famoso palácio e seus icônicos jardins, mas, também, outros palácios e outros jardins tão ou mais luxuosos que ficam “escondidos” no coração dessa floresta.

Isso mesmo, o Parque de Versalhes é uma coisa, os Jardins de Versalhes são outra. Dito isso, beste post, vou explicar melhor pra vocês essa diferença, além de contar tudo o que vocês podem ver e fazer no coração dessa floresta “real”!

O que fazer no Parque de Versalhes: mapa da propriedade

Uma rápida olhada em qualquer mapa da propriedade de Versalhes é suficiente pra entender a dimensão que o Parque tem em relação ao restante das áreas. Dito isso, podemos ver que a área do parque, que aparece em marrom no mapa abaixo, engloba também o “estados de Trianon”: o Grand Trianon, o Petit Trianon e a Quinta de Maria Antonieta.

Portas de acesso ao Parque de Versalhes

Direto do Palácio

Se você estiver saindo do Palácio, será necessário atravessar os Jardins inteiros para chegar ao Parque. Isto é, pelos acessos Indicados com os números 3 e 4, respectivamente, o Portão do Menagerie e Pequeno Portão de Veneza.

Portas de acesso ao Parque de Versalhes

Direto da cidade de Versalhes

Portão da Rainha (Grille de la Reine): Localizada no Boulevard de la Reine, ela leva aos dois palácios Trianons, dando acesso ao parque a pé ou de carro.

Porta de Santo Antônio: Localizada na D186 que chega de le Chesnay, é reservado para pedestres e ciclistas e, somente nos finais de semana, para os carros.

– Porta dos Marinheiros: essa porta fica na rota de Saint-Cyr (pela rodovia D10), e é reservada para pedestres e ciclistas.

ATENÇÃO: Existem pelo menos outros dois portões que dão acesso ao Parque, o Portão da Estrela Real e o Portão Choisy. Entretanto, eles podem ficar fechados eventualmente, principalmente por questões de segurança.

O Parque de Versalhes

É, justamente, onde os famosos Jardins terminam que começa o Parque de Versalhes. Por isso mesmo, é fácil enxergar a continuidade da perfeição dos Jardins na área do Parque quando você se depara com não um, mas dois grandes elementos aquáticos: o Grande Canal e o Lago da Guarda Suíça.

Ao todo, o Parque tem uma área aproximada de 800 hectares toda recortada por caminhos e passagens tão retas e planejadas que parecem ter sido feitas por mágica. Esses “recortes” delimitam zonas arborizadas e, até mesmo, alguns campos agrícolas, enquanto a delimitação do Parque em si é feita apenas por portões “vazados”. Embora alguns terrenos tenham sido perdidos durante a Revolução e ao longo do século XIX, o perímetro do Parque manteve, de maneira geral, o seu grandioso contorno original.

As propriedades de Trianon

Numa tentativa de conseguir um tiquinho de descanso de toda aquela agitação da corte, os reis de Versalhes decidiram construir um espaço mais “intimista” que, ainda assim, ficasse perto do palácio principal. Como consequência, nasce a propriedade de Trianon, essa grande área no coração do Parque de Versalhes que abriga os palácios Grand Trianon e Petit Trianon, bem como a Quinta da Rainha, além de uma variedade de jardins lindos de viver.

DETALHE: A visita somente às propriedades de Trianon levará, pelo menos, 3 horas, caso você realmente queira ver tudo com calma.

Grand Trianon

Sob o reinado de Luís XIV, o Grand Trianon foi construído usando mármore rosa como seu principal elemento e, por esse motivo, era comumente chamado de Trianon de Mármore. Sua construção terminou apenas em 1687. Sua estrutura inclui um edifício térreo com uma galeria central com colunatas que se abre, de um lado, para um pátio central, e, do outro, para os jardins.

Grand Trianon - Versailles

“Um pequeno palácio de mármore rosa e pórfiro, com jardins maravilhosos”, escreveu o arquiteto Jules Hardouin-Mansart, que seguiu à risca as instruções do Rei para contruir essa obra prima.

Originalmente, o Grand Trianon foi projetado como um retiro familiar de Luís XIV, no entanto, mais tarde, ele seria usado permanentemente nos meses de verão pela rainha Marie Leszczynska, esposa de Luís XV. O pai dela, o rei Stanislau I da Polônia, se hospedou aqui quando visitou Versalhes.

DETALHES: Curiosamente, a rainha Maria Antonieta (esposa de Luís XVI) sempre preferiu o Petit Trianon, que foi dado a ela como presente pelo marido. Por outro lado, Napoleão adora esse palácio e esteve aqui várias vezes. Inclusive, ele encomendou um programa de restauração para o palácio, já que ele tinha sido destruído durante a Revolução Francesa.

Aposentos da Imperatriz

Anteriormente o quarto de Luís XIV, o antigo quarto real foi dividido em dois para formar um quarto menor e uma sala de estar (ou antecâmara) para a Imperatriz Marie-Louise, que selecionou os móveis que hoje podemos ver aqui; a única exceção é a cama, que ficava no quarto de Napoleão, no Palácio das Tulherias. Foi também o leito de morte de Luís XVIII, irmão de Luís XVI, em 1824.

Sala dos Espelhos

Sim, aqui também tem uma sala dos espelhos, assim como no Palácio de Versalhes. Com a sua esplêndida vista sobre o Grande Canal e as suas paredes espelhadas, este é o quarto mais requintado da Ala Sul. Foi o último quarto do conjunto de apartamentos que Luís XIV ocupou nesta ala do palácio de 1691 a 1703, e serviu como câmara do conselho.

Antiga Capela

Nos primeiros dias do Trianon, esta sala era uma capela. Então, em 1691, Luís XIV fixou residência nesta ala do palácio e a converteu em antecâmara. Entretanto, ele optou por manter a sua finalidade original: a porta da parede posterior se abre para revelar um altar. Ao fim da missa, bastava fechar a porta para que a sala voltasse a ter outras utilidades.

Peristilo

Esta grande colunata confere ao Grand Trianon a sensação de luz e transparência que é a sua característica definidora, permitindo uma transição perfeita entre o pátio e os jardins. Em 1810, Napoleão mandou adicionar janelas em ambos os lados do Peristilo, tornando mais confortável caminhar dos seus apartamentos até aos apartamentos da Imperatriz, na outra ala.

CURIOSIDADE: No Grand Trianon, os aposentos reais da ala esquerda estão ligados aos aposentos reais da ala direita pelo Peristilo. Esse layout foi inspirado no Palácio de Versalhes, onde os Apartamentos de Estado da Rainha, ao sul, estão conectados aos Apartamentos de Estado do Rei, ao norte, pelo Salão dos Espelhos.

Aposentos do Rei

Esses aposentos são o resultado da fusão de cinco quartos antigos, todos com vista para os antigos jardins reais. Dentre eles, estavam os quartos que Madame de Maintenon utilizou e os Quartos Privado que o próprio Rei Luís XV mobiliou em 1750.

CURIOSIDADE: Napoleão se mudou pra cá pela primeira vez em dezembro de 1809, apenas alguns dias depois do seu divórcio de Josephine.

Entretanto, se tem uma sala que merece uma citação à parte, é a antecâmara dos aposentos do Rei…hehehe! Anteriormente, ela era a antecâmara dos aposentos de Luís XIV, onde ele costumava fazer as suas refeições privadas. Os painéis de madeira desta sala são os mais antigos do palácio e, acima das portas, dá pra ver as venezianas que escondem onde costumavam ficar os músicos que tocavam durante as refeições. Posteriormente, Napoleão a transformou em Salão dos Oficiais. Em contrapartida, Louis-Philippe a converteu em sala de bilhar. Sim! Afinal, quem é que não gosta de uma boa sinuca, não é mesmo?

DETALHE: E eu nem arranhei a superfície (nem de longe) de tudo que há pra ver somente aqui no Grand Trianon. Esse lugar é incrível!

Petit Trianon

A construção do Petit Trianon terminou em 1768, sob o reinado de Luís XV. Após a morte dele, Luís XVI deu este edifício de presente para sua esposa Maria Antonieta. O palácio tem uma forma cúbica bastante simples, com uma cobertura plana igualmente modesta (pros padrões de Versalhes). Entretanto, o arquiteto evitou que julgassem seu desenho como simples “demais” ao variar o aspecto de cada uma das fachadas do palácio. Sim, cada “lado” é de um estilo, ainda que, o que realmente torne o Petit Trianon numa obra-prima sejam as proporções adotadas em cada uma dessas fachadas.

Escadaria da Honra

À primeira vista, é natural considerar que o trabalho de escultura da enorme escadaria no centro do edifício seja modesto, mas isso é proposital. O seu principal objetivo é apenas complementar as linhas perfeitas da construção geral, que também recebem uma ajuda providencial da luz natural que entra em abundância através das janelas.

Sala de Bilhar

Durante o reinado de Luís XV, esta sala simples com painéis de madeira era onde ficava a sua mesa de bilhar, toda ornamentada, mas Maria Antonieta a transferiu para o primeiro andar em 1784 e a trocou por uma versão mais simples para que seus guardas pudessem usar.

Sala de Recepção

Depois de passar pela sala de jantar principal, você irá acessar a linda sala de recepção. As cores são impressionantes! Atualmente, a sala exibe dois instrumentos para exemplificar o que a rainha gostava de tocar: um piano-forte e uma harpa.

Quarto do Rei

Luís XVI, que vinha passar o dia ou jantar no Trianon com sua esposa, manteve a decoração escolhida pelo seu antepassado, o Rei Luís XV, para este quarto, embora preferisse dormir no Palácio. Curiosamente, ainda não foi possível identificar nenhum dos móveis originais da época.

Quinta da Rainha: o refúgio de Maria Antonieta

Com um clima de conto de fadas, a área conhecida como a Quinta da Rainha (Hameau de La Reine) é uma espécie de “fazendinha”, onde as construções em estilo rural formam uma espécie de vila às margens do lago. Era aqui que Maria Antonieta passava grande parte do seu tempo. Sério: parece que esse lugar saiu diretamente das páginas de um conto de fadas!

Sob a supervisão de Richard Mique, a construção, que aconteceu entre 1783 e 1786, é um excelente exemplo do fascínio daquela época pelos encantos da vida rural. Esta “vila-modelo” se inspirou na arquitetura rústica tradicional da região da Normandia. Os edifícios incluem um moinho de vento e uma leiteria, além de sala de jantar, salão, sala de bilhar e boudoir (uma espécia de spa de beleza para mulheres). Embora Maria Antonieta usasse o lugar para educar seus próprios filhos, ela também aproveitava esse “povoado” para passeios e para receber alguns convidados.

Restauração da Quinta de Maria Antonieta

Durante a Revolução Francesa, o local ficou abandonado. A construção dos edifícios da Quinta foi toda de improviso, o que explica a sua rápida deterioração nos anos seguintes. Já em 1810, Napoleão I teve que iniciar os trabalhos de restauração em 8 edifícios, já que o celeiro e a leiteria estavam muito além de qualquer recuperação e passaram por uma reconstrução do zero. Após a restauração, Napoleão I presenteou sua segunda esposa, a jovem Imperatriz Maria Luísa da Áustria, com uma Quinta novinha em folha. Acontece que esse gesto acabou sendo muito simbólico: Maria Luísa era sobrinha-neta da antiga rainha Maria Antonieta!

E aí? Gostou de saber tudo isso sobre o Parque de Versalhes? Você tinha ideia de que tinha tanta coisa pra fazer além do Palácio e dos Jardins? Espero que tenha curtido as informações que deixei aqui e nos vemos nos próximos “passeios”! Au revoir, mon amis!

Veja meus outros posts sobre a França:

França – Como funciona o transporte na França

Paris – Passes turísticos de Paris

Como chegar em Versalhes

O que fazer em Versalhes

Informações práticas sobre Versalhes

18 Curiosidades sobre Versalhes

A história do Palácio de Versalhes

As principais salas do Palácio de Versalhes

O que ver nos Jardins de Versalhes

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