Uma das coisas mais comuns na internet é buscar informações sobre a Palestina, ainda que essas buscas, nem sempre, sejam por motivos de turismo. Infelizmente, a realidade da Palestina nas últimas décadas tem se baseado em conflitos, lutas, injustiças, incompreensões e invisibilidade. Neste post, eu vou compartilhar as coisas que você precisa saber desse destino que deveria ser não só RECONHECIDO por todos, mas, também, VISITADO e VALORIZADO.
Quando minha família e eu decidimos explorar este destino fascinante, mergulhamos não apenas na beleza de suas paisagens, mas também nos laços humanos que unem suas comunidades e nas histórias que ecoam por suas ruas. Vem comigo pra eu te contar um pouco mais sobre a Palestina, da forma mais “imparcial” que eu conseguir.

Onde fica a Palestina?
A Palestina fica no Oriente Médio, mas falar sobre o “seu território” é um capítulo a parte por si só. Atualmente, a terra “concedida” ao povo palestino está dividida em duas porções que tem quilômetros de deserto e forças armadas do país “vizinho” as separando. De um lado, a Cisjordânia, fazendo fronteira com a Jordânia a leste e por Israel em todos os outros lados. Do outro, a Faixa de Gaza, que tem como limites, além de Israel, o mar Mediterrâneo a oeste e o Egito ao sul. No entanto, ao longo dos anos, o que se viu foi uma diminuição gritante das terras que o povo palestino pode “chamar de sua” (entre muitas aspas).

Pra quem tem dúvidas se o Oriente Médio é um “continente” por si só, saiba que não! Na verdade, ele ocupa uma posição estratégica entre três continentes: Ásia, África e Europa. A região abrange os seguintes países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrein, Chipre (e a República Turca do Norte do Chipre), a parte asiática do Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Israel, Irã, Iraque, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Palestina, Qatar, Síria e a parte asiática da Turquia.
Ou seja, a região é uma mistura de povos árabes, persas, turcos, curdos, e muito mais. É o berço de importantes civilizações antigas, como, por exemplo, sumérios, babilônios, egípcios, assírios e persas. É, também, considerado o local de origem das três principais religiões abraâmicas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Por exemplo, a cidade de Jerusalém, na Palestina, é fundamental para essas 3 religiões. Outro exemplo é a área do Golfo Pérsico, que representa apenas uma porção dessa região, e constitui uma rota vital para o transporte marítimo global, especialmente de petróleo e gás natural. Por isso mesmo, é comum ocorrer disputas territoriais, rivalidades políticas e tensões étnicas e religiosas na região.

Por que essa área se chama “Levante”?

A parte do Oriente Médio que inclui Síria, Líbano, Jordânia, Israel, Palestina e parte do sudoeste da Turquia recebe esse nome devido à sua localização geográfica em relação ao nascer do sol. Ou seja, ela fica a leste, sendo uma das primeiras áreas a serem banhadas pelo sol ao amanhecer. O termo “Levante” tem suas raízes na palavra latina “levantis”, que significa “leste” ou “nascente”.
Informações práticas sobre a Palestina
Nome no idioma local: فلسطين (em árabe)
Capital: Jerusalém Oriental (reconhecimento internacional limitado), sendo a cidade de Ramallah o centro administrativo da Cisjordânia e a cidade de Gaza o centro administrativo da Faixa de Gaza.
Continente: Ásia
População: 5,4 milhões

Idioma oficial da Palestina

O idioma oficial da Palestina é o árabe, mais precisamente o árabe palestino ou árabe levantino. Apesar disso, o árabe padrão moderno também é amplamente compreendido e usado em contextos formais, como, por exemplo, na mídia, na educação e na administração. Em termos turísticos, os locais se viram bem com o inglês, principalmente nas áreas mais visitadas.
Moeda da Palestina
A moeda oficial da Palestina é (para surpresa de ninguém) o novo shekel israelense, também conhecido simplesmente como Shekel (código de moeda: ILS). Seu símbolo é “₪” e ele se divide em 100 agorot. A moeda é amplamente utilizada tanto na Cisjordânia quanto na Faixa de Gaza. No entanto, é comum encontrar estabelecimentos comerciais e turísticos na Palestina que aceitem o dólar dos Estados Unidos.

Visto para a Palestina

A entrada na Palestina é condicionada à entrada em Israel, já que a única forma de chegar ao território palestino é através dos pontos de entrada em Israel. Ou seja, você, provavelmente, chegará por algum dos aeroportos internacionais, Ben Gurion, em Tel Aviv, ou o Aeroporto Internacional de Eilat, ou, então, pelas fronteiras terrestres entre Israel e seus vizinhos “amigáveis”: Jordânia e Egito.
ATENÇÃO: Acho que não preciso reforçar que é importante que você esteja ciente das políticas de controle de fronteiras ao planejar sua viagem para a Palestina.
Processo de entrada em Israel
Brasileiros não precisam solicitar visto para entrar em Israel para estadias de até 90 dias. O processo de autorização da entrada é feito na chegada e você pode ser os detalhes todos no meu post sobre Israel.

Religião na Palestina
A Palestina é um lugar de grande importância religiosa, especialmente para as três principais religiões abraâmicas do planeta: JUDAÍSMO, CRISTIANISMO e ISLAMISMO. Ao todo, 93% dos palestinos são muçulmanos, dos quais, a grande maioria, são seguidores do ramo sunita do Islã seguidos por uma minoria de Ahmadiyya e 15% de muçulmanos não denominacionais. Os cristãos palestinos representam 6% da população e, depois, ainda há comunidades menores, incluindo drusos e samaritanos. Essa diversidade religiosa e os locais sagrados associados a essas tradições fazem da Palestina um destino de peregrinação importante para muitos fiéis ao redor do mundo.
Palestina na visão do Cristianismo

A Palestina é conhecida como o local onde Jesus Cristo viveu e realizou grande parte de sua obra. Lugares sagrados para os cristãos incluem a Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém, o local da crucificação e sepultamento de Jesus, e a Basílica da Natividade em Belém, onde ele nasceu.
Palestina e sua importância pro Islamismo
A Palestina também é significativa para os muçulmanos, com locais como a Mesquita de Al-Aqsa em Jerusalém, considerada o terceiro local mais sagrado do Islã, e o Domo da Rocha, que marca o local onde o profeta Maomé é acreditado ter ascendido ao céu.

A Palestina para o Judaísmo

Para os judeus, a Palestina é uma terra sagrada, lar de locais como o Muro das Lamentações em Jerusalém e a antiga cidade de Hebron, onde estão localizadas as Tumbas dos Patriarcas e Matriarcas.
Clima da Palestina
Ainda que varie com a região, em geral, o clima da Palestina é mediterrâneo, com verões quentes e secos e invernos suaves e chuvosos. Durante os meses de verão (junho a setembro), as temperaturas podem ser altas, especialmente nas áreas do interior, como Jerusalém e Belém, onde os termômetros passando facilmente dos 30°C. Por outro lado, as áreas costeiras de Gaza tendem a ser um pouco mais frescas devido à influência do Mar Mediterrâneo. Já no inverno (dezembro a fevereiro), os dias ficam em torno de 10º a 20ºC e é comum chover. Ou seja, as estações mais agradáveis são a primavera (março a maio) e o outono (outubro a novembro).
CURIOSIDADE: De tempos em tempos, é possível ver tempestades de neves em Jerusalém.


DICA: Nós escolhemos muito bem a época que levaríamos as nossas mochileirinhas para a Palestina: a primavera (início de maio). As temperaturas estavam MARAVILHOSAS durante o dia (pegamos até praia: e no MAR MORTO!), e à noite ficava super fresquinho. Simplesmente perfeito!
Saúde na Palestina
É muito complicado falar de “saúde na Palestina” quando eles não têm acesso nem as serviços básicos na maior parte do tempo. Ainda que existam hospitais e clínicas nas grandes cidades palestinas, como, por exemplo, Ramallah e Jerusalém, os visitantes não podem (nem devem) contar com eles. Ou seja, seu planejamento deverá considerar a situação da saúde em Israel.
De qualquer forma, para turistas vale sempre aquela regrinha de ouro: contrate um bom seguro de saúde de viagem que cubra despesas médicas, incluindo tratamento hospitalar e repatriação em caso de emergência.

Segurança na Palestina

Nem preciso dizer que as questões de segurança na Palestina são algo bastante complexo, já que elas variam consideravelmente dependendo da situação política e dos eventos atuais na região. Historicamente, a Palestina é uma região de conflito e tensão, mas isso pode escalar conforme novos enfrentamentos acontecem.
Algumas áreas, especialmente ao longo das fronteiras de Israel com a Faixa de Gaza, podem ser mais propensas a conflitos e violência, e os turistas devem evitar essas áreas. As principais atrações turísticas na Palestina, como Jerusalém, Belém, o Mar Morto e outros locais sagrados, geralmente têm medidas de segurança em vigor para “proteger” os visitantes. Os turistas devem estar preparados para passar por verificações de segurança em locais públicos (algumas, bem minuciosas, inclusive), e saber que vão ver uma presença policial aumentada (e de gente armada, até os locais, algo qué bem corriqueiro pra eles mesmo em “tempos de paz”) em certas áreas.
Para emergências relacionadas à segurança, os visitantes devem discar 100 (polícia de Israel), 101 (ambulância de Israel), 102 (bombeiros de Israel).
Voltagem Elétrica na Palestina
A voltagem elétrica padrão é 230V, com uma frequência de 50Hz e as tomadas seguem os padrões tipo C e H. Portanto, verifique se seus aparelhos são compatíveis ou leve um adaptador universal.

Hora Local da Palestina
A Palestina está no fuso horário de GMT+2, ou seja, 5 horas a frente do Brasil. Durante o horário de verão, o país adota o fuso horário da Europa Central de Verão, que é GMT+3, ficando com 6 horas a mais em relação ao Brasil.

Horário Comercial na Palestina
O horário comercial no país pode variar dependendo da época e do tipo de estabelecimento. No entanto, em geral, os horários comerciais típicos para escritórios e empresas na Palestina são de domingo a quinta-feira (viram a diferença?), começando entre 8h e 9h e terminando por volta das 17h ou 18h da tarde. Nas áreas mais turísticas, como Belém e Jericó, algumas lojas também podem estar abertas mesmo durante os dias religiosos.
No entanto, lojas que pertençam a judeus podem estar fechadas durante o Shabat (o sábado judaico). Durante a semana, as lojas geralmente têm horário de funcionamento das 9h ou 10h às 18 ou 19h, embora alguns estabelecimentos possam fechar mais cedo.
Características de um país de maioria muçulmana
ATENÇÃO: Sexta-feira é o dia de descanso semanal na Palestina, o equivalente ao domingo em muitos países ocidentais cristãos (como o Brasil). É quase certo que lojas e empresas estejam fechadas ou operem em horários reduzidos nesse dia, enquanto os estabelecimentos em zonas turísticas ou centros comerciais maiores permanecem abertos.
LEMBRETE: Como em muitos países muçulmanos, as 5 orações diárias são uma parte importante da rotina para muitos egípcios. Os estabelecimentos comerciais e locais de trabalho frequentemente param durante as orações. Além disso, durante feriados religiosos islâmicos e celebrações, como o Ramadan, os horários se alteram bastante.

Enfim, eu sei que é difícil pensar em “visitar a Palestina” no atual contexto do país. Aliás, nem como “país” eles foram reconhecidos oficialmente por uma parte do mundo (ainda que em minoria). A ideia de compartilhar essas informações sobre a Palestina foi mostrar que esta nação, ou melhor, este povo tem tanta coisa pra mostrar ao mundo e eu rezo para que isso seja possível em breve. É só o que nos resta fazer… Viva a Palestina!
