As paradas LGBTQIA+ ao redor do mundo são muito mais do que celebrações vibrantes e coloridas. Elas representam a luta por igualdade, visibilidade e direitos civis para a comunidade LGBTQIA+. Originadas dos motins de Stonewall em 1969, essas manifestações se tornaram um símbolo global de resistência e orgulho. Neste post, exploramos algumas das mais icônicas e significativas paradas LGBTQIA+ do mundo, destacando a importância histórica e cultural de cada uma delas.
Origem das Paradas LGBTQIA+
O movimento do Orgulho Gay celebra os “motins de Stonewall”, que começaram nas primeiras horas de 28 de junho de 1969, depois que a polícia invadiu o bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village, em Nova York.
Antes desse movimento de revolta, os indivíduos LGBTQ geralmente não podiam assumir a sua orientação sexual ou identidade, o que mudou drasticamente depois desse evento.
Em 1970, no primeiro aniversário dos motins, várias centenas de manifestantes marcharam ao longo da Christopher Street, em Greenwich Village, que passa por Stonewall, no que muitos consideram a primeira marcha do Orgulho Gay (embora outras comemorações também tenham sido realizadas nesse ano).
Os primeiros eventos do Orgulho Gay (muitas vezes chamados de Dia da Liberdade ou Dia da Libertação Gay) eram pouco frequentados e enfrentavam diversos protestos, especialmente por causa dos trajes estranhos que alguns manifestantes usavam.
O símbolo das Paradas LGBTQIA+: a bandeira do arco-íris
Em 1978, aquele que talvez seja o símbolo mais reconhecido do Orgulho Gay fez sua estreia no evento de São Francisco: a bandeira do arco-íris. A bandeira, com suas oito cores (sexualidade simbolizada pelo rosa choque, vida pelo vermelho, cura pelo laranja, sol pelo amarelo, natureza pelo verde, arte pelo azul, harmonia pelo índigo e espírito pelo violeta), foi desenhada por Gilbert Baker, um artista de São Francisco, e foi adotada em todo o mundo.
No ano seguinte, muito por conta da indisponibilidade de algumas cores de tecido, apareceu uma bandeira de seis cores, que é a mais usada hoje em dia (vermelho, laranja, amarelo, verde, azul e roxo/violeta).
As maiores ou mais importantes Paradas LGBTQIA+
Nova York (EUA): onde nasceu a tradição das Paradas LGBTQIA+
Nova York é onde nasceu o movimento Pride (orgulho). Após a batida policial no bar Stonewall Inn em 28 de junho de 1969, a comunidade LGBTQ disse “BASTA!” e iniciou uma série de manifestações lideradas pela drag queen Marsha Johnson.
Isto se tornou o catalisador dos movimentos LGBTQ nos EUA em 1970, e depois em todo o mundo. Atualmente, a Parada de Nova York acontece no último fim de semana de junho e é um dos maiores do mundo, atraindo multidões de cerca de 2 milhões de pessoas.
São Paulo (Brasil): a maior de todas as Paradas LGBTQIA+ do mundo
A “Parada Gay de São Paulo” é conhecida por ser a maior do mundo, atraindo impressionantes 3 a 5 milhões de pessoas a cada ano. O Orgulho de São Paulo começou em 1997 e acontece no primeiro fim de semana de junho na icônica Avenida Paulista.
CURIOSIDADE NERD: A Parada Gay de São Paulo foi apresentada no programa da Netflix “Sense8”, onde o belo astro mexicano Lito usou sua plataforma na Para Gay para se assumir publicamente.
Madrid (Espanha): a melhor das Paradas LGBTQIA+ da Europa
As “Fiestas del Orgullo Gay” de Madrid acontecem no último sábado de junho de cada ano e são as maiores da Europa, atraindo cerca de 2 milhões de pessoas todos os anos.
O primeiro Orgulho de Madrid ocorreu em 1979, após o falecimento do ditador fascista Francisco Franco, que levou a um enorme renascimento da democracia e dos valores liberais em Espanha. Como resultado, a Espanha transformou-se hoje num dos países mais amigos dos gays do mundo, com leis LGBTQ muito progressistas, incluindo o casamento gay.
Sidney (Austrália): a Parada mais colorida do mundo
O Sydney Pride acontece durante o verão australiano, no final de fevereiro/início de março. Coincide com a época do Carnaval, por isso é chamado de “Sydney Gay and Lesbian Mardi Gras“. É um dos festivais gays mais famosos do mundo e também um dos mais antigos. Tudo começou com uma festa de rua noturna em Oxford Street que mais tarde foi alvo de um violento ataque policial, culminando em 53 prisões.
Foi chamado de “festival” (também conhecido como “Mardi Gras”) em 1978. O segundo Mardi Gras em 1979 teve mais sucesso, com mais de 3.000 pessoas presentes e nenhuma prisão.
Taipei (Taiwan): a maior Parada da Ásia
Embora o Taipei Pride no final de outubro possa não ser o maior do mundo, é um evento muito importante porque é o maior da Ásia – um continente que não tem o melhor histórico no que diz respeito aos direitos LGBTQ.
Enquanto a maioria dos países da Ásia ainda precisam lutar para derrubar as leis anti-gay ou introduzir legislações que trate da discriminação contra a comunidade LGBTQ, Taiwan, por outro lado, está muito à frente.
Amsterdã (Holanda): a Parada mais distinta do mundo
A Amsterdam Pride Canal Parade não é apenas enorme, atraindo multidões de mais de 500.000 pessoas, mas também é o evento Pride mais exclusivo do mundo. Este é o único evento do Orgulho no mundo que acontece inteiramente na água!
No primeiro sábado de agosto de cada ano, um grande desfile colorido de cerca de 80 barcos toma conta de toda a cidade enquanto percorrem os famosos canais classificados pela UNESCO. Paralelamente ao desfile acontecem muitas festas de rua, além de algumas das melhores festas do circuito como o “Rapido“.
Tel Aviv (Israel): a mais incrível festa na praia do Orgulho LGBTQIA+
Tel Aviv é uma das festas de praia mais populares do Pride. Acontece em meados de junho, atraindo multidões de cerca de 200.000 pessoas. Como é voltado para a praia, o orgulho de Tel Aviv se tornou sinônimo de caras bonitos e parecidos com Adônis… para onde quer que você olhe!
O clímax do evento é a grande festa na praia de Charles Clore, que vai até a madrugada do dia seguinte. O outro ponto importante a notar sobre o Orgulho de Tel Aviv é que é o único Orgulho anual bem sucedido a ter lugar no Médio Oriente – uma região (com excepção de Israel, claro) com um péssimo registo de direitos LGBTQ.
Johannesburgo (África do Sul): a maior das Paradas LGBTQIA+ da África
O Orgulho de Joburg é apelidado de Orgulho da África, que é um apelido adequado, visto que é o maior (e um dos menores) eventos do Orgulho a acontecer na África. Embora possa não ser um dos maiores, é significativo devido à sua localização naquele que é frequentemente referido como o pior continente do mundo para ser gay. Joanesburgo realizou o primeiro Orgulho de África em Outubro de 1993, no final da era do apartheid.
Posteriormente, em 1996, sob a presidência de Nelson Mandela, o país aprovou uma das constituições mais progressistas, na qual é proibida a discriminação injusta com base em quem se ama. Em 2006, o país tornou-se a primeira (e até à data, a única!) Nação em África a legalizar o casamento gay.
Colônia (Alemanha): a maior das Paradas LGBTQIA+ da Europa
Colônia frequentemente rivaliza com Madrid pelo título de “maior” e “melhor” Orgulho da Europa. Acontece no primeiro sábado de julho, atraindo multidões de cerca de 1 a 2 milhões.
Isso é bastante impressionante, visto que a população da cidade é de apenas cerca de 1 milhão de pessoas! As marchas do orgulho na Alemanha são chamadas de “Christopher Street Day” (ou CSD), em memória do Dia da Libertação da Christopher Street em 1970, em Nova York.
Toronto (Canadá): só porque é CANADÁ!
Nenhuma lista dos “melhores gays…” está completa sem mencionar o país mais amigável aos gays do mundo. O Orgulho de Toronto não é apenas um dos maiores eventos do Orgulho do mundo, mas fora dos EUA, é um dos mais antigos, datando de 1972.
Hoje, o Orgulho de Toronto (que acontece em meados de junho) atrai multidões de cerca de 1 a 2 milhões. Não só o governo canadense os apoia financeiramente com entusiasmo, mas seu líder frequentemente se envolve e é visto liderando toda a procissão!
As paradas LGBTQIA+ não são apenas eventos festivos, mas também potentes declarações de solidariedade, luta e esperança. De Nova York a São Paulo, de Madrid a Sidney, cada parada reflete a diversidade e a força da comunidade LGBTQIA+. Ao participar dessas celebrações, as pessoas não só honram a história e os sacrifícios daqueles que vieram antes, mas também continuam a promover um futuro onde todos possam viver com dignidade e igualdade. Que cada parada, em cada canto do mundo, continue a ser um farol de amor e aceitação.